Em novembro desse ano, o Brasil será palco de um dos eventos mais importantes do mundo: a COP 30, que reunirá líderes globais, cientistas e ativistas em Belém, na Amazônia, para debater o futuro do planeta frente à crise climática.
Mas enquanto as atenções se voltam para discussões internacionais, as comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo debatem o impacto desproporcional que as comunidades de favelas sofrem com os eventos climáticos extremos. Enchentes, deslizamentos e ondas de calor não são apenas problemas ambientais – são desafios sociais que evidenciam desigualdades históricas e pedem soluções inclusivas e sustentáveis.
À convite da Escolas da Libertação, os alunos do Solar Meninos de Luz puderam unir educação, consciência ambiental e protagonismo juvenil. Para os alunos da instituição, as discussões sobre a crise climática não são apenas teóricas. Elas são vividas no dia a dia, refletidas nas chuvas intensas que muitas vezes põem em risco suas casas e suas famílias. É por isso que engajar esses jovens nesse debate é não apenas urgente, mas transformador.
“Esse não é só um movimento para o agora; é o começo de algo maior,” reflete Cybelle, diretora pedagógica do Ensino Médio do Solar Meninos de Luz. “Estamos plantando sementes de conscientização e empoderamento que vão crescer junto com esses jovens.”
Ao unir educação e protagonismo juvenil, o Solar Meninos de Luz oferece um exemplo poderoso de como questões globais podem (e devem) ser discutidas a partir da realidade de quem mais sofre seus impactos. Essa conexão com a COP 30 não é apenas simbólica – é um lembrete de que a transformação climática começa com ações locais, lideradas por vozes que muitas vezes são silenciadas.
Na tarde do dia 24 de Outubro, o Solar Meninos de Luz recebeu um lindo espetáculo de dança, “Frases e Fantasias”. Após o sucesso do ano passado, onde a história do Solar foi contada com pessoas de verdade como intérpretes da narrativa, este ano a proposta foi explorar o universo da imaginação, dando vida a personagens icônicos do cinema.
O evento trouxe ao palco uma fusão de contos que nos são familiares: princesas, sereias, bruxos e bonecos, todos inspirados por frases memoráveis de filmes que marcaram gerações. O espetáculo teve como base a ideia de que algumas frases se tornam parte de nossas vidas, reverberando em nossos corações e mentes ao longo dos anos.
200 alunos participaram do espetáculo e se dedicaram a dar vida a clássicos como “Pinóquio”, “Indiana Jones”, “A Pequena Sereia”, “Harry Potter”, “Mary Poppins”, “Dream Girls”, “Mudança de Hábito”, “A Escola do Bem e do Mal”, “Aladdin” e “Lilo & Stitch”. Cada personagem trouxe à vida uma nova dimensão de histórias que fazem parte do imaginário coletivo, encantando o público com suas performances vibrantes.
O espetáculo contou com a parceria da Valor Arte e foi viabilizado com o patrocínio da Squadra Investimentos, Artplan e Pacifico Gestão de Recursos, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (ISS RJ).
Entre os dias 22 e 26 de julho de 2024, alguns alunos do Solar Meninos de Luz tiveram a oportunidade de participar da 19ª Edição do Festival Vale do Café, realizado na charmosa cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro. Este festival, que une a beleza das fazendas coloniais com a magia da música, foi o cenário perfeito para uma imersão única em experiências musicais e culturais.
O festival teve como objetivo promover a integração entre jovens de projetos sociais, proporcionando um espaço para o compartilhamento de experiências e o fortalecimento técnico musical. Durante o evento, os participantes puderam desfrutar de apresentações musicais, workshops e debates sobre temas variados, além de expor seus próprios talentos em concertos programados.
Para o Solar Meninos de Luz, a participação no Festival Vale do Café representa uma oportunidade de crescimento socio-musical. Os alunos tiveram acesso a renomados professores e a bolsas de estudo para oficinas de violino, violão, canto, prática de conjunto e musicalização, além de suporte com hospedagem e alimentação.
Marcos Vinícius Abreu, aluno do 2º ano do ensino médio, expressou sua empolgação: “Participar do Festival Vale do Café foi uma experiência incrível, especialmente por ter sido meu primeiro festival. Dormir com músicos e participar de atividades diárias relacionadas à música foi muito enriquecedor. Fiz muitas amizades e aprendi não apenas sobre violino, mas também sobre outros instrumentos.”
Luiz Miguel Ferreira, também do 2º ano do ensino médio, destacou o impacto positivo do festival: “Foi maravilhoso conhecer pessoas novas, tanto alunos quanto professores, e ampliar meu conhecimento musical. A experiência de aprender músicas novas e interagir com profissionais de outras instituições foi realmente enriquecedora.”
O Solar Meninos de Luz está comprometido em buscar continuamente melhorias na educação dos seus alunos, oferecendo experiências que ampliam horizontes e contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens.
Em uma iniciativa pioneira, o Solar Meninos de Luz e o Museu de Favela estão revolucionando a capacitação empreendedora e digital nas comunidades do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Este projeto ambicioso visa não apenas educar, mas também inspirar os moradores a se tornarem agentes de mudança em suas próprias vidas e na economia local, usando a metodologia da Recode.
O “Curso para Empreendedores de Comunidades Locais “é uma jornada de descoberta, onde os participantes aprenderão a aplicar a inteligência artificial para transformar seus negócios. Com 8 encontros presenciais de 2 horas de duração, os empreendedores locais serão munidos com as ferramentas necessárias para inovar, otimizar processos e tomar decisões estratégicas que impulsionarão o crescimento sustentável de seus empreendimentos.
A parceria entre Solar Meninos de Luz, Museu de Favela traz uma oportunidade única de capacitação digital, abrangendo desde habilidades básicas até programação avançada e design. Além disso, o foco no desenvolvimento socioemocional prepara os alunos para enfrentar desafios com resiliência e empatia, enquanto a orientação profissional os equipa para o mercado de trabalho.
Este movimento de transformação é mais do que apenas cursos; é um compromisso com o futuro das nossas comunidades. Com infraestrutura de ponta e recursos como internet de alta velocidade do Solar Meninos de Luz e notebooks de última geração doados pelo MUF, estamos garantindo que a educação e a tecnologia sejam acessíveis a todos, permitindo que cada indivíduo se torne protagonista de seu próprio sucesso.
Aqui no Solar Meninos de Luz, acreditamos que a escola, além de um espaço de aprendizado, precisa ser um lugar seguro e acolhedor para que crianças e adolescentes tenham a oportunidade de se desenvolverem de forma integral: com acesso a uma educação de qualidade, ao esporte e à cultura.
Uma educação de qualidade é um direito fundamental. Toda criança deveria ter a oportunidade de brincar, aprender, crescer e se formar com esperança no futuro, mas infelizmente, no Brasil, problemas como desigualdade social, fome, violência, fazem com que essa não seja uma realidade. De cada 100 estudantes que ingressam na escola, só 67 concluem o Ensino Médio aos 19 anos.
As casas verdes do Solar Meninos de Luz, há mais de 30 anos, são os abrigos seguros para as mais de 400 famílias que, direta e indiretamente, são beneficiadas com o trabalho que é feito aqui.
Trabalhamos para que possamos celebrar mais do que salas de aula e cadernos; possamos celebrar sonhos, conquistas e oportunidades para um futuro melhor!
https://www.moderna.com.br/anuario-educacao-basica/2021/estados-rio-de-janeiro.html
Apesar de representarem mais da metade da população do país, mulheres e homens negros ocupam menos de 3% dos cargos executivos no Brasil. Nas universidades, apenas 16,4% dos professores são pretos ou pardos – no ensino superior público, o número é ainda menor: 14,4%. Dentro desse universo, 45% dos docentes negros tem mestrado e 30%, doutorado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
As discriminações começam desde o início da idade escolar, com o mito da superioridade branca e da inferioridade negra que atravessa todos os campos da educação, favorecendo a manutenção da desigualdade e interferindo diretamente na formação dessas crianças e adolescentes.
“A escola, lugar tão relevante de socialização e construção dos significados, ensina que negros são descendentes de escravos, não de pessoas comuns que foram escravizadas, sequestradas da sua terra natal”
“Eles são sempre representados de forma humilhante, a partir de estereótipos de feiura, rudeza, ignorância, primitivismo e agressividade.” ,
Marina Pereira de Almeida Mello, doutora em Antropologia Social e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
E é diante desse cenário que crianças e jovens de comunidades enfrentam o desafio de lutarem para mudar a realidade desses números, numa caminhada árdua, longa e difícil.
É preciso combater com uma educação antirracista para desconstruir “os monstros” criados e construir novos indivíduos que valorizem e convivam com as diferenças.
“Se o aluno entender o processo histórico que desencadeou a desigualdade entre negros e brancos, ele não vai reforçar o preconceito”,
Mônica do Amaral, professora do Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, das Intolerâncias e dos Conflitos da Universidade de São Paulo (USP).
A Lei 10639, tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira no ensino fundamental e médio, e vimos o avanço no debate do racismo e da valorização da diversidade cultural, mas ela ainda encontra algumas barreiras como a falta de livros didáticos sobre os temas e problemas na formação de professores, sobretudo na rede pública.
Propor o diálogo e a valorização da cultura negra, trazer oficinas e exposições extraclasses, estimular a participação dos alunos e trazer mais representações negras na literatura, filmes e desenhos animados são estratégias para valorizar a diversidade e combater o racismo desde cedo.
Veja as algumas das ações promovidas aqui no Solar Meninos de Luz, que vão desde rodas e debates com representatividades, exposições, comemorações e muito mais.
Cor de orgulho e história | (meninosdeluz.org.br)
Nova exposição na área | (meninosdeluz.org.br)
https://www.youtube.com/live/x_0MVEF7-Tc?feature=share
fontes:
Educação vira arma para combater a desigualdade racial no Brasil (cnnbrasil.com.br)
Desigualdades educacionais: gênero, raça e nível socioeconômico (uol.com.br)
Desigualdade racial na educação | Observatório de Educação (institutounibanco.org.br)
O Curso Serious Game Design começou durante a nossa tradicional Colônia de Férias, promovida pela Edumais, em 2022. O projeto incentiva crianças de comunidades a criar jogos digitais usando como lema “Eu mesmo criei meu jogo”.
O processo, baseado na colaboração e imaginação, permite que as crianças se envolvam em atividades intelectuais e afetivas de negociação, desenvolvimento de ideias, análise de resultados, interação e criação.
O jogo é um dos aspectos mais presentes da vida de uma criança atualmente, e é brincando que eles entendem o que funciona e o que não funciona nos jogos que eles conhecem e, assim vão colocando em prática seu senso crítico e dando sua releitura e adaptação para o que já conhecem.
Com aulas de conceitos de design, planejamento, criação de roteiro e personagem e atividades que estimulam o trabalho em equipe, essa turminha, aos poucos, vai construindo mais uma boa experiência para somar aos seus currículos.
Mais de 40 crianças participaram do curso, que foi realizado em parceria com a GAMES FOR HEALTH EUROPE FOUNDATION.